Dia 159 - João 9
1E, PASSANDO Jesus, viu um homem cego de nascença.
2E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
3Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
4Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
5Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
6Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.
7E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.
8Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava?
9Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu.
10Diziam-lhe, pois: Como se te abriram os olhos?
11Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui, e lavei-me, e vi.
12Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei.
13Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego.
14E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
15Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo.
16Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles.
17Tornaram, pois, a dizer ao cego: Tu, que dizes daquele que te abriu os olhos? E ele respondeu: Que é profeta.
18Os judeus, porém, não creram que ele tivesse sido cego, e que agora visse, enquanto não chamaram os pais do que agora via.
19E perguntaram-lhes, dizendo: É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora?
20Seus pais lhes responderam, e disseram: Sabemos que este é o nosso filho, e que nasceu cego;
21Mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos, não sabemos. Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo; e ele falará por si mesmo.
22Seus pais disseram isto, porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga.
23Por isso é que seus pais disseram: Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo.
24Chamaram, pois, pela segunda vez o homem que tinha sido cego, e disseram-lhe: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.
25Respondeu ele pois, e disse: Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo.
26E tornaram a dizer-lhe: Que te fez ele? Como te abriu os olhos?
27Respondeu-lhes: Já vo-lo disse, e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura fazer-vos também seus discípulos?
28Então o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés.
29Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.
30O homem respondeu, e disse-lhes: Nisto, pois, está a maravilha, que vós não saibais de onde ele é, e contudo me abrisse os olhos.
31Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.
32Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença.
33Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.
34Responderam eles, e disseram-lhe: Tu és nascido todo em pecados, e nos ensinas a nós? E expulsaram-no.
35Jesus ouviu que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus?
36Ele respondeu, e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia?
37E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele que fala contigo.
38Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.
39E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos.
40E aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos?
41Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece.
Dia 159 - João 10
1NA verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora.
4E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz.
5Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6Jesus disse-lhes esta parábola; mas eles não entenderam o que era que lhes dizia.
7Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.
8Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.
9Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.
10O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.
11Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
12Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas.
13Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas.
14Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.
15Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.
16Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.
17Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
18Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.
19Tornou, pois, a haver divisão entre os judeus por causa destas palavras.
20E muitos deles diziam: Tem demônio, e está fora de si; por que o ouvis?
21Diziam outros: Estas palavras não são de endemoninhado. Pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?
22E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno.
23E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão.
24Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.
25Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim.
26Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito.
27As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;
28E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.
29Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
30Eu e o Pai somos um.
31Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar.
32Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?
33Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses?
35Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),
36Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?
37Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.
38Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele.
39Procuravam, pois, prendê-lo outra vez, mas ele escapou-se de suas mãos,
40E retirou-se outra vez para além do Jordão, para o lugar onde João tinha primeiramente batizado; e ali ficou.
41E muitos iam ter com ele, e diziam: Na verdade João não fez sinal algum, mas tudo quanto João disse deste era verdade.
42E muitos ali creram nele.